Um ônibus escuro, entro, repito: que seja doce. 21 anos, poltrona número 21, do meu lado dorme a imensidão das paisagens intocadas. No céu, júpiter brilhando pertinho de saturno e, logo ao lado, uma lua que nunca havia visto antes, amarela, amarela, amarela, um sorriso profundo a me vigiar distante. Tirei os olhos dela ainda sem conseguir parar de pensar nela, como se ela me dissesse que talvez tu também a olhasse naquele momento e que pensava nas mesmas coisas.
No bolso esquerdo, uma saudade, no direito, coragem.
A lua iluminava minha antologia poética de Carlos Drummond, o anjo torto que me dizia:
Vai André! Ser Gauche na vida..
O ônibus faz a parada: plataforma 7. Desço sorrindo, olho pro céu, a lua não está mais lá. Continuo olhando pro céu e em segredo eu sei que ela ainda está lá, em algum lugar. Uma estrela cadente passa queimando o céu.
O resto não importa, nem a origem nem o destino.
No fundo, estamos sempre indo e vindo: O resto é nada.
que lindo *-* muito muito lindo!
"No bolso esquerdo, uma saudade..."
Te amo!
o que importa na estrada é a própria caminhada.
2 + 1 = 3
adoro o 3.
adorei! =)
realmente, indo e vindo.
"No fundo, estamos sempre indo e vindo: O resto é nada."
E a lua está sempre lá em cima a nós olhar e testumunhar nossos segrdos mais profundos e obscuros.
=)
"A lua nova ia despontando no céu, e eu sorri, por saber, na minha certeza, que você também a fotografava de onde estava."
- Escrevi isso, em abril.
Coisa de lua, André.
[O nada, às vezes, é tudo].