Sexta-feira de um fim de agosto

quinta-feira, 4 de junho de 2009 às 23:02

Um ônibus escuro, entro, repito: que seja doce. 21 anos, poltrona número 21, do meu lado dorme a imensidão das paisagens intocadas. No céu, júpiter brilhando pertinho de saturno e, logo ao lado, uma lua que nunca havia visto antes, amarela, amarela, amarela, um sorriso profundo a me vigiar distante. Tirei os olhos dela ainda sem conseguir parar de pensar nela, como se ela me dissesse que talvez tu também a olhasse naquele momento e que pensava nas mesmas coisas.


No bolso esquerdo, uma saudade, no direito, coragem.

A lua iluminava minha antologia poética de Carlos Drummond, o anjo torto que me dizia:


Vai André! Ser Gauche na vida..


O ônibus faz a parada: plataforma 7. Desço sorrindo, olho pro céu, a lua não está mais lá. Continuo olhando pro céu e em segredo eu sei que ela ainda está lá, em algum lugar. Uma estrela cadente passa queimando o céu.

O resto não importa, nem a origem nem o destino.


No fundo, estamos sempre indo e vindo: O resto é nada.

6 comentários

  1. R. Says:

    que lindo *-* muito muito lindo!

  2. "No bolso esquerdo, uma saudade..."

    Te amo!

  3. o que importa na estrada é a própria caminhada.

    2 + 1 = 3

    adoro o 3.

  4. adorei! =)
    realmente, indo e vindo.

  5. "No fundo, estamos sempre indo e vindo: O resto é nada."

    E a lua está sempre lá em cima a nós olhar e testumunhar nossos segrdos mais profundos e obscuros.

    =)

  6. "A lua nova ia despontando no céu, e eu sorri, por saber, na minha certeza, que você também a fotografava de onde estava."

    - Escrevi isso, em abril.

    Coisa de lua, André.

    [O nada, às vezes, é tudo].