O quinto gim.

terça-feira, 11 de agosto de 2009 às 00:28
..Foi no quinto gim que o telefone tocou. 5 toques não atendidos que soaram como 5 tiros à queima roupa na noite daquela sexta-feira que mal começava. Lembro que começava a chover. Daquela noite, sei dizer que 1 minuto e vinte e dois segundos é o tempo que o semáforo do outro lado da rua demorava a fechar. Pra abrir? Eu não sei, antes de 10 segundos sei que meu pensamento viajou quilômetros e eu perdi a conta, perdi a conta dos gins, das horas, das chamadas não atendidas. Mas é outono lá fora e vou me desfolhando por aqui, deixando nas linhas os últimos traços de vida. Escrevo como que pra criar raízes mais fortes, como se podasse os galhinhos fracos para nascerem cheios de vida na primavera. Chove lá fora. Chove aqui dentro. Vou regando. Já velho, um botão de flor tomando raiz por aqui, refloresce. Azul. Coloquei meu próprio nome nele.. na verdade, não tive escolha.. é só minha necessidade constante de sempre reflorescer. E assim vai ser quando agosto acabar. Já sinto o cheiro dos velhos jasmins esquecidos..

4 comentários

  1. Anônimo Says:

    desfolhado, na chuva, A chuva em sí, mas com a esperança de reflorescer.

    por mais que isso soe duro e triste pra mim, eu torço pra que agosto, enfim, acabe.

  2. a gente chove pra germinar depois

    beijos

    .

  3. Andréa M. Says:

    "é só minha necessidade constante de sempre reflorescer." E assim agosto passa, e vem setembro, e aí logo mais outro agosto, e por assim vai.

  4. H L Says:

    preciso falar algo mais do que 'LINDO'?
    muuito boom, adorei de verdade!

    bjos