L’étranger

sábado, 27 de setembro de 2008 às 13:53
Em uma mesa sozinho as palavras costumam sair sozinhas, como se a tinta tivesse pelo menos nesse instante, vida própria.

Me confundo em gêneros e intenções, certas tensões no ar, vontades, ilusões, tudo nessas horas está incrivelmente ligado.

Nossos estranhos são realmente relativos, não? Eu sinto. Tão próximos e tão distantes, é grande demais o paradoxo entre o meu café e o teu, tantas milhares de idéias possíveis entre o meu gole e o teu. Imagino qual o sentido disso tudo, mas no fundo, sei que desimporta, crer já basta, mesmo assim, sonho, fantasio estórias, e nesse momento –sempre único-, minha única preocupação é me fazer entendido nesse pequeno espaço de tempo que parece reservado pra gente agora.

Você me olha, aposto que não me vê, sendo que tudo que queria era chegar até tuas idéias. Pode parecer impossível, mas isso não importa nessas horas. Esse jeito menina mulher de ser me faz crer em encontros e desencontros, não importa onde nem quando. É como se você me lesse e me entendesse nesse segundo, um estranho qualquer como eu, você também.

Você acredita nisso tudo? Eu acredito. Você sente também. Mas nunca é assim, e daí? Pouco a pouco a gente aprende a sonhar, e a acordar, continuar, sonhando, acordado..sonho realidades. No meu café, no teu café.
Vai com toda fé, L’Etranger.

3 comentários

  1. nina Says:

    Incrivel como a maioria das coisas gira em torno de um café. Já passei por muita historia assim.
    Taí, gostei daqui.

  2. Sofia Says:

    Lindo texto!
    Você escreve supeer bem =)
    beiijão :*

  3. Anônimo Says:

    O estrangeiro, Albert Camus, Mersault... cara legal você!