Algo novo se anuncia.
Eu me equilibro em viadutos, eu e meus amigos loucos, bêbados, escritores sem livro, músicos sem disco, cineastas sem nenhum final feliz, dialogando por citações, encenando por entre as ruas, trocando os dias pela noite e as noites por coisa alguma.
Temos esperança.
Mesmo que ter esperança seja acreditar no café preto frio e no pão com manteiga de ontem, a vida tem dessas coisas.
É, eu e meus encantamentos e ideais românticos juvenis.
Eu que já rasguei tantas idéias antes mesmo de terminar de levá-las ao papel.
Eu e essas tais pretensões de me sacrificar: escrever, concluo, é então renunciar, não se deter por nada, nada, não respeitar nada, os que tiverem nojo, fracassam, é preciso – fundamental - ter pulso, ter estômago, como se na literatura tivessemos que renunciar a todos os caminhos.
Eu assombrado por uma constante sensação de que talvez tenha me perdido por aí e me achado tantas vezes, de não me lembrar quais foram as escolhas ou quais foram os caminhos..
Eu, que sinto um vento novo ventando.
Eu, André Luiz, composto, acalentando o sentimento de que algo novo se anuncia, algo que se lê apenas nas entrelinhas.
Que seja.
Fortuito.
Há 6 anos
Lembro desse.
Você é a própria novidade, como diz a música.
Beijo, Andrézinho.