Ando de um cômodo pro outro e assovio sem parar na esperança de algo novo. Algo que passou em 2008 e eu não vi, algo que ficou pra trás e a duna cobriu, algo enterrado, sucumbido por tanta areia que eu, com meu caminhãozinho, não agüentei, e agora, na carne viva cavo sem parar, rasgando a pele com palavras e verdades ásperas de doer a alma e fazer sangrar o meu coração desbotado e cansado do ano velho.
Não vou fazer planos, listas, promessas, predeterminar quais vão ser as vontades nem esperar e me desesperar ao longo das quatro estações que vem pela frente.
Além da janela que eu me sento eu vejo indiferença, luzes de natal que se apagam e levam com elas a esperança e toda essa cordialidade falsa, esses sorrisos mal dados e esse olhar indiferente da maioria.
As luzes já se apagaram e meu relógio parece que gira anti-horário, preso nas vísceras do tempo que não quer passar. Sempre houve um receio, uma vontade de mudança, um pouco de medo de seguir em frente, tentativas, riscos, anseios, agora me resta só essa coisa presa na garganta que não tem pronuncia e eu tenho certeza de que é cinza, é vazio, nulo.
Preciso de um gole de água pra tirar o gosto envelhecido, retomar o fôlego, escovar os dentes, acender um cigarro, trocar de roupa, usar um colar novo, desviar os caminhos.
Sou a conseqüência de tudo que eu sempre quis, que eu li, ouvi, pensei, repensei.
Que continue assim, sem ter fim, eterna (r)evolução de mim.
Fortuito.
Há 6 anos
Partilho do mesmo pensamento!
Meu único desejo para 2009 é vive-lo espontaneamente.
2008 foi um ano bem amargo para mim. Acho que esperei que coisas surpreendentemente maravilhosas me acontecessem, sobretudo depois de um ano fenomenal como me foi 2007.
Gerei muitas expectativas. Apontei desejos. Depois de uns 10 meses vi que nada daquilo que planejei realizou-se. Pra mim o ano terminou ali: peguei a frustação amarga e substituí pela espontaneidade. Decidi que a partir daquele dia minha vida seria uma nova vida, sob outra visão.
Resolvi que não ia esperar que as coisas acontecessem do jeito que eu planejava. Ou melhor, resolvi não esperar nada em troca das minhas ações. Vou vivendo tranquila com a certeza que as coisas irão acontecer sem que eu as planeje exatamente como deverá ser.
Assim me sinto mais leve e solta!
Os anos se passam e a gente de nada tem certeza. Profissão, casamento, ação, literatura... tudo isso é sem fim. A vida, em suma, tem um começo. Um meio incerto. Fim?
Que venha mais um ano.
Que se vá mais um ano.
E essa (r)evolução prossegue... até o primeiro/último dia.
Identifiquei-me muito com seu blog e, se não for inconveniência, adicionei-o nas minhas "releituras". Obrigado.
Também não gosto de planos! Só quando sei que irei mudá-los e reescrevê-los conforme os dias que se passam.
Queria escrever mais. Mas ando tão longe das teclas. Resolvi viver um pouco.
E certo que te entendo um pouco. Ou muito. Ou muito de todo o pouco e pouco de todo o muito! Também me identifiquei com algunS de seus textos!
Nos falamos. No ano novo. Que o velho já cansou!
Beijos!
Viva la revolución =]
entrar no acaso e amar o transitório: pede só isso!
beijo, andré!
O pior é se encontrar na iminência dos acontecimentos. Prefiro a dor de morrer que eles causam quando de fato, acontecem.
que venha 2009.
sem expectativas, promessas, planos, e todo o resto.
beijo!
a revolução das espécies é a única teoria que eu mais-ou-menos acredito.
e um colar novo faz toda a diferença.
2009 do caramba pra nós!
beijassss
sei o que é isso rpz.
Mas..
não vai ter fim!
Feliz 2009;
Abraço.
que continue assim.
Oie Adoro teu blog..mas procuro um texto em especial Prometheus ( acho que é assim que se escreve)
Se puder me mandar por email..
luccianna_silva@yahoo.com.br